Nova temporada de Bipolar Show tem montagem de Nina Galanternick

Estreia nesta terça, dia 31, no Canal Brasil, a segunda temporada de “Bipolar Show”, montado pela associada Nina Galanternick. O programa é um talk show performático onde o apresentador Michel Melamed recebe atores/diretores em um universo que confunde os limites entre realidade e ficção, explorando o discurso verbal, o uso do espaço e as ações físicas. Integrante da equipe do programa desde a primeira temporada, a montadora Nina Galanternick falou com exclusividade para a edt. sobre o processo de trabalho: “A concepção estética do Michel é muito rígida e ao mesmo tempo muito aberta. São dois cenários onde ele (com dois figurinos diferentes) recebe seus convidados e a montagem alterna acontecimentos dos dois cenários. Esse dispositivo, quando disparado, tem o céu como limite, porque o que vai acontecer ninguém é capaz de prever. Michel e eu montamos juntos a primeira temporada, tempo de descobrir muitas possibilidades de linguagem para o programa. Agora temos uma temporada de 26 episódios, estou montando sozinha e posso dizer que apenas depois do quarto programa adquiri um maior domínio da linguagem, do ritmo e também um método. Mas isso não pode significar estagnar a invenção. Quem conhece o trabalho do Michel ou já trabalhou com ele logo percebe que, se existe uma regra, é a desconstrução. Então, no momento em que se estabelece uma fórmula, é hora de rompê-la. Portanto, a cada episódio busco fazer algo de novo, algo diferente de como vinha fazendo nos outros episódios. Basicamente, tudo o que costumamos deixar de fora na montagem em programas de TV, neste, é o que fica: os "erros", as mudanças de percurso que o discurso toma por vezes, os contrastes de energia que eventualmente existem entre o acontecimento nos dois cenários, a auto-reflexão sobre o próprio programa, o siliêncio, mas também, claro, o humor. E muito importante é ter um ritmo em que os acontecimentos paralelos de cada cenário fluam bem mesmo com o entrecortamento entre eles. Em algumas situações preciso abrir mão da continuidade para que apenas o "filé" fique no programa, entendendo "filé" como tudo que possa surpreender. Um momento importante para mim em todo esse trabalho foi logo no início quando ficava impressionada com o rigor do Michel com cada detalhe desde a produção até a finalização. Eu pensava: "mas é apenas um programa de tv!". Me dei conta de que esse raciocínio (que não era apenas meu) é que estava errado. Criticamos tanto a tv justamente pela baixa qualidade. Tenho muito orgulho de participar de uma obra televisiva feita com tanto cuidado e carinho.” Bipolar Show 3as feiras, 21h30 no Canal Brasil Estreia 31 de maio Assista ao teaser: [embed]https://www.youtube.com/watch?v=GJUCaq64tE4[/embed]

Estreia documentário de Sandra Werneck montado por associada

Entra em cartaz no dia 26 de maio o filme “Os Outros”, de Sandra Werneck, montado pela associada Maria Altberg, “Os Outros” é um filme sobre três covers. Foram encontrados, então, três covers “oficiais”. O de Roberto Carlos, Carlos Evanney, Pepê Moraes, cover de Cazuza e Edson Júnior, que busca a fama através do personagem Scarleth Sangalo, o cover de Ivete Sangalo . A partir de algum ponto de suas vidas, eles tomaram para si aspectos desses artistas como roupagem para sua própria existência.     Em depoimento para a edt., Maria conta um pouco do processo de construção do filme:   "Entrei no projeto há três anos, para montar o material então existente de apenas um dos personagens do filme. Dois anos depois, voltei à ilha com o desafio de contribuir para criar uma narrativa entre três personagens que nunca se encontravam em cena, e que tinham em comum a característica de praticamente viver a vida dos ídolos de quem são covers. Com Sandra e a diretora assistente (Isabel Joffilly), fomos primeiro definindo o caminho de cada personagem separadamente, para então cruzar suas histórias. Optamos por uma montagem que vai revelando gradualmente o universo dessas figuras, acreditando que a linguagem deveria apostar menos em entrevistas e mais nas informações contidas em suas ações. Foi interessante adentrar o universo de artistas que representam outros e observar o pacto firmado com seu público, que embarca nesse simulacro. Como os personagens são covers de cantores, a música estava inevitavelmente presente em muitos momentos do filme, sendo um elemento, além de prazeroso, por vezes determinante do ritmo da montagem.” Assista ao trailer: https://vimeo.com/166366609 Confira o circuito de lançamento: Rio de Janeiro - Cine Joia Copacabana, Cine Joia Rio Shopping e Espaço Itaú de Cinema São Paulo - Espaço Itaú de Cinema Frei caneca Porto Alegre - Espaço Itaú de Cinema e Cine Guion Brasilia - Espaço Itaú de Cinema Curitiba - Espaço Itaú de Cinema Belo Horizonte - Cinearte Cidade Salvador - UCI Orient Barra e Sala de Arte do Museu

Curta com montagem de Jordana Berg estreia no Festival de Cannes

A edição 2016 do Festival de Cinema de Cannes tem início dia 11 de maio e conta com alguns títulos brasileiros na programação. A Quinzena dos Realizadores, importante mostra paralela à competição official, selecionou o curta “Abigail”, de Isabel Penoni e Valentina Homem. O filme foi montado pela associada e atual vice-presidente da edt., Jordana Berg. Sobre o processo de trabalho no curta, Jordana nos contou com exclusividade: "O desafio de Abigail começou no projeto. Havia um material de 3 horas filmado com a personagem, mas infelizmente ela faleceu antes do projeto terminar. Após sua morte, as diretoras voltaram à casa de Abigail e fizeram uma filmagem do ambiente vazio. Abigail foi esposa do indigenista Francisco Meirelles e com ele pacificou os Xavantes. O projeto inicial queria tratar da maneira com que Abigail fazia o cruzamento entre os rituais indígenas e os rituais de candomblé ao qual pertencia. O filme teve duas montagens completamente diferentes. A primeira versão tentava contar sua história com as 3 horas de entrevistas que possuíamos com ela. De  repente percebemos que isso não era suficiente nem mesmo instigante e a mudança de rota aconteceu para que pudéssemos buscar  o clima mágico e o que ela própria chamava de invisível. Isso significou desapegar de informações que, por muito tempo, consideramos importantes. O filme, que tinha um ritmo uniforme, mesclando depoimento e imagens da casa, foi remontado trabalhando-se em cima da idéia de deslocamento. Deslocamento dos sons em relação às imagens, por exemplo. Criou-se um caleidoscópio em que o espectador "monta" na cabeça o som que está ouvindo no presente com alguma imagem que já viu em outro momento da montagem (e vice-versa). Por exemplo, o material de arquivo, com Abigail pacificando os Xavantes vem acompanhado de outro som, desvinculando essas cenas da necessidade de explicar ou provar que esta que estamos vendo é Abigail e diminuindo o senso de real das imagens. Isso mantém o espectador sem uma terra firme, possibilitando assim seu mergulho no universo mágico da personagem". Além de “Abigail”, outras produções brasileiras serão exibidas em diferentes mostras do prestigiado evento cinematográfico. “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, está na competição oficial de longas; “A Moça que Dançou com o Diabo”, de João Paulo Miranda Maria, na competição oficial de curtas; O Delírio é a Redenção dos Aflitos”, de Fellipe Fernandes, passa na Semana da Crítica; e “Cinema Novo”, de Eryk Rocha, foi programado para a mostra Cannes Classics.
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